"[...]eu me baseei muito em uma série canadense chamada 'Degrassi: The Next Generation'"

 

 

GABO: Boa noite, João Paulo Ritter. Seja bem-vindo a Comic Con Virtual 2018.

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JOÃO PAULO RITTER: Boa noite, obrigado por me receber. É um prazer estar em mais uma edição da Comic Con do MV.

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GABO: Com duas temporadas concluídas, como você avalia o desempenho da série Caminho Único, trama exibida na OnTV?

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JOÃO PAULO RITTER: Inesperado. Eu não esperava que tantas pessoas lessem porque é uma trama simples, eu sei que é. A recepção me deixou muito feliz, me deu um enorme gás para continuar a série e pensar mais adiante. O desempenho tanto na primeira quanto na segunda temporada me deixou muito feliz, melhor do que eu esperava.

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GABO: Fontes de inspirações são importantes para a formatação de uma história. Qual é a sua referência para desenvolver a série?

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JOÃO PAULO RITTER: Na primeira temporada da série eu me baseei muito em uma série canadense chamada "Degrassi: The Next Generation". Principalmente para a forma de contar a história desses personagens e abordar alguns temas que o MV me da a liberdade de escrever. Como ser mais aberto sobre a sexualidade desses personagens, falar sobre aborto e etc.

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GABO: Tem algum autor que você usa como inspiração?

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JOÃO PAULO RITTER: Acho que, para Caminho Único, não... Essa série em questão não existe uma única pessoa na qual busque inspiração. É mais no geral.

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GABO: A série aborda diversos temas polêmicos na vida dos adolescentes. Qual foi o tema que mais mexeu com você, que te emocionou, te impactou?

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JOÃO PAULO RITTER: O tema do aborto, com certeza foi o que mais mexeu comigo e fez com que eu desse uma história diferente para a Michelle do que foi planejado originalmente.

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GABO: Realmente temas polêmicos mexem com o público e eles tem como finalidade

transmitir reflexões. Na nova temporada novos temas ganharão espaço. Quais são eles e

o que você pode adiantar pro público sobre a 3ª temporada?

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JOÃO PAULO RITTER: Não pensei em um tema polêmico para essa nova temporada. O que vai acontecer de fato e que passo adiantar, é: A vida dos personagens introduzidos na segunda temporada não vai ser facilitada. Os casais formados, eles vão passar por alguns problemas. Mas também terão plots mais leves, como a história do Leonardo e do Rodrigo, que vai ser com o Leo descobrindo que na relação amorosa entre dois homens, quando existe consentimento, pode acontecer essa troca de papéis na hora do sexo.

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GABO: Com qual personagem você mais se identifica? Como foi a construção dele?

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JOÃO PAULO RITTER: Com Leonardo, ele tem um pouco de mim. Engraçado porque esses personagens todos da primeira temporada surgiram em uma antiga fanfic minha de Glee e depois se tornaram o que são agora. No Leo eu coloquei um pouco do que eu esperava da vida quando era mais novo, o irmão mais velho que eu não tive, os medos, a forma de pensar na vida e o amor que sente pelos os amigos.

Leonardo é o meu filho e a síntese do que eu fui e do que eu queria ser na adolescência, mas até o final do ensino médio sempre fui muito retraído. Acabei colocando tudo isso nele.

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GABO: O personagem Michel é baseado em um amigo seu. Como foi a decisão de trazer a realidade para ficção como inspiração?

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JOÃO PAULO RITTER: Então, o Michel ele tem base em parte em um amigo meu que é drag queen. Eu quis trazer isso para a série por influência da minha convivência com esse amigo e também porque eu tinha começado a ver RuPaul's e eu me apaixonei por essa arte. Mas nessa temporada o que eu vou mostrar do Michel é um relacionamento dele e ele descobrindo o mundo das drags.

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GABO: Muito interessante você trazer a realidade pra ficção com a inserção do personagem Michel e abordar um tema que constantemente é alvo de preconceito. É um desafio pro autor levar a informação e diante disso, como você analisa o trabalho de uma tema que infelizmente é alvo de preconceito por uma parcela de pessoas da sociedade?

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JOÃO PAULO RITTER: Eu procuro fazer uma pesquisa até onde eu consigo chegar com o que eu tenho, no caso desse tema que é ser drag, hoje em dia tem muito conteúdo que eu posso ler e pessoas com quem posso trocar ideias. Eu procuro não ser muito didático porque se fazer da forma errada fica chato. O essencial nesse caso é mostrar que ser drag queen também é ser artista, é uma forma de arte popular e que tem seu valor, infelizmente é desvalorizado porque as pessoas acham que é um passatempo. Esse meu amigo mesmo já fez shows e não recebeu o dinheiro, tem muitas histórias no meio. O desafio é esse, não ser didático ao ponto de chegar a ser uma história chata de se acompanhar.

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GABO: Os alunos do ensino fundamental da Escola Comunitária Caminho Único, receberão dois novos personagens que prometem causar. O que você pode adiantar deste núcleo que vai agitar essa galera?

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JOÃO PAULO RITTER: Criei esse núcleo pra já trabalhar alguns personagens aos poucos, por enquanto os mais novos vão ter histórias mais terciárias e vão crescer aos poucos. Os mais velhos desse núcleo, ou seja, os que estão ali nos dois últimos anos do fundamental, vão ser mais presentes nessa temporada.

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GABO: Falando nesse parâmetro a galera do ensino médio vai se despedir da série, como é o caso da Miriam e Leonardo O que o público pode esperar desse núcleo que está na transição escola para faculdade? Além disso o Rodrigo e Matheus farão participações especiais em alguns episódios.

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JOÃO PAULO RITTER: Não é a primeira vez que perguntam sobre essa transição entre a escola e a faculdade, eu não sei se vou fazer isso porque eles vão acabar indo para lugares diferentes, mas também não descartei a ideia por completo, já existe um spin-off no qual vamos retomar a produção, por que não outro voltado para a universidade. Essa temporada é a conclusão do ciclo da Miriam e do Leonardo, podemos esperar um final aberto para um dos dois. As participações especiais é porque esses personagens ainda estão conectados, no final da segunda temporada Rodrigo e o Leonardo prometeram passar esse último ano juntos, como o Leo quer voltar para São Paulo, onde nasceu e viveu até o piloto da série né, vai voltar pra cursar a universidade por lá. Matheus porque ele é irmão do Leonardo e a trama da Miriam nessa temporada também depende da presença dele.

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GABO: O tema de abertura da 1ª temporada interpretado por Big Time Rush é marcante e possui uma melodia sensacional. Eu não conhecia a banda e depois que eu ouvi o tema e acessei outras músicas da banda. Como funciona o processo de escolha da trilha sonora? Você tem alguma dificuldade? Quais são suas exigências no momento da seleção?

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JOÃO PAULO RITTER: Às vezes eu acho que sou a única pessoa que conhecia Big Time Rush porque o Jaime também não conhecia e ele adorou aquela música também kkkkk. Então, a minha exigência é o meu gosto, eu não conheço muitas músicas, não sou uma pessoa muito ligada a indústria e muito menos aqueles mais fora do meio. Então eu fico caçando músicas pela a internet e a minha exigência é meu gosto, não importa o gênero, foi agradável ouvir a melodia e a letra, tem chances de entrar na trilha.

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GABO: Antes de encerrarmos nossa entrevista, tenho um desafio. O tradicional bate-bola. Nosso jogo rápido. Você encara?

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JOÃO PAULO RITTER: Encaro.

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ONTV: Primeira oportunidade
MIRIAM: Gostaria de ter dado mais atenção
MATHEUS: O irmão mais velho que eu queria ter
LEONARDO: O que eu gostaria de ter sido na adolescência
RODRIGO: Um crush não correspondido
RAFAEL: Amor e ódio
CAMINHO ÚNICO: Meu bebê
MUNDO VIRTUAL: Um lugar onde eu posso sonhar

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GABO: João eu quero agradecer sua participação na Comic Con Virtual. Sucesso na nova temporada de Caminho Único e que a série conquiste cada vez mais o público do MV.

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JOÃO PAULO RITTER: Eu agradeço a recepção de todo mundo com a série, tá sendo tudo melhor do que o esperado. E obrigado por me receberem, espero ter mais oportunidades legais como essa.

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